Finalmente terminou. Fica mais difícil a cada vez, pelo menos a vadia
nojenta parece satisfeita. Isso não é digno de mim, mas eu preciso fazer para
manter meu status, seria difícil controlar uma cidade sendo chamado de veado
pela frente, sei que pelas costas já sou chamado assim, mas pelo menos esse
tipo de atividade ajuda a calar a boca da maioria e me dá alguma base para
processar qualquer jornalista estúpido o suficiente pra espalhar besteiras.
32 anos
e ainda solteiro, isso pode dar muito que falar, mas a alta rotatividade de “namoradas”
ajuda a despistar os maiores boatos. Ainda tenho uma maldita festa para ir
antes de começar a viver a noite de verdade.
Vermes, vermes, vermes. Olho à
minha volta e vejo apenas vermes, vermes repulsivos se passando por pessoas
refinadas, fingem que sabem apreciar arte, mas só sabem comprar bugigangas
idiotas com desculpas esfarrapadas do golpista que se diz artista que a
fabricou. Maldita arte moderna!
As pessoas acenam para mim e param para falar comigo como se realmente
se importassem comigo, só querem continuar se fingindo de amigas para
parasitarem meu dinheiro. Odeio eventos sociais!
Fotos com “socialites”, com certeza estará na página de fofocas do
jornal de amanhã, argh, isso me enoja, mas é um mal necessário. Mulheres se
oferecendo, eu finjo me interessar nelas e a recíproca é verdadeira. Elas não
se importam, se conseguirem arrancar algum dinheiro ou um filho, talvez um
casamento de fachada, elas adorariam, como eu as desprezo!
Circulo nessa maldita festa beneficente por meia hora, parece ser o
suficiente para saciar um pouco a sede de atenção deles, é sempre bom os deixar
esperando por mais. Enxerguem a minha presença como a dádiva de um Deus
misericordioso que realmente é.
Retiro-me, finalmente, uma ânsia quase sexual toma conta de mim, meu
motorista me leva de volta até a minha mansão, me dirijo à passagem que leva ao
subsolo através de uma passagem escondida em um compartimento do meu quarto. Tiro
minha roupa de civil, vestir a minha armadura tecnológica é como uma preliminar
para a grande noite. Entro no meu carro tunado, os movimentos começam, a saída
secreta se abre para a noite. É como se a cópula real começasse, minha única
parceira de verdade é a noite, é a única parceira que eu desejo. Piloto através
da noite escura e violenta como em um sexo selvagem, meu carro desvirginando as
trevas, sou o cavaleiro das trevas, mas diferente dos cavaleiros dos contos
medievais eu corrompo minha donzela, que na verdade não passa de uma meretriz
barata disposta a revelar seus encantos mortais a qualquer um que se atrever a
enfrentá-la.
Finalmente vejo violência acontecendo, dois vermes, vermes dos mais
inferiores estão atacando alguém. Coitados, eles não têm a mínima chance! Estão
tão entretidos com a sua bandidagem que não me percebem saindo do carro, o
carro muito chamativo, oposto do que deveria ser abrindo as portas gaivotas, eu
saio, estou muito bem protegido por minha armadura tecnológica, tenho meu cinto
cheio de utilidades e armas que não vou usar, quero usar meus punhos, sempre
prefiro usar meus punhos!
E a dança começa, sempre muito sensual. Primeiro soco a nuca dos dois,
que estão de costas e não me vêem, um cai desmaiado, o golpe no outro não pegou
muito bem, ele vira raivoso, mas se congela de medo perante minha máscara, ela
não é tão feia, mas a noite e seus mistérios são como uma lente de aumento para,
aposto toda minha fortuna que por um segundo ele pensou que o demônio em pessoa
veio buscá-lo por conta de seus atos criminoso, talvez ele não esteja errado,
talvez o demônio realmente esteja vestindo minha pele essa noite e todas as
outras em que visto essa fantasia estúpida e saio pra apaziguar meus instintos
violentos contra seres abjetos piores do que eu. Piores? Será mesmo?
Dou um soco em sua boca, noto que quebrei o seu queixo, minha armadura é
reforçada, nem precisaria ser muito forte pra causar um belo estrago em alguém
com o mínimo esforço, mas eu sou forte como um cavalo e não tenho medo de ser
violento e abusar da minha força, do meu poder! Na verdade eu adoro isso, seja “combatendo
o crime” no meio da madrugada violenta, seja destruindo empresas novas rivais à
minha, ou seja, todas, já que meu império controla tudo de todos os setores que
existe nessa maldita cidade.
Ele não caiu ainda, ele está sem reação, soco seu estômago, é pouco, ele
merece mais! Bato, bato e bato, ele não esboça reação e cai. Ufa, é como
estocar contra a noite no sexo selvagem, é sujo, é vil, eu amo! Percebo que há
mais um deles, ele não percebeu o que estava acontecendo, ele está estuprando
uma pobre coitada qualquer, puxo ele pelo colarinho do seu casaco, finalmente
ele percebe o que está acontecendo. Se apavora como o outro e tenta correr ao
perceber a cena, mas a calça dele está arriada e ele cai sobre as próprias
pernas. Isso é tão divertido! Ele está caído, eu o chuto nas costelas, ele
resmunga, eu o piso em sua caixa torácica, eu chuto seu rosto, o sangue jorra,
lindo, lindo! O vermelho vivo manchando a noite escura, eu piso em seu nariz,
ele vai precisar de uma plástica para consertar o estrago, qualquer um que
passar por ele vai notar que o cavaleiro abominável das trevas passou pelo
caminho dele e o deixou marcado com a insígnia dos criminosos. Ele está inerte
no chão, ainda está vivo, não sou estúpido de matá-los, chega!
A vadia está no chão, se jogou aos meus pés me agradecendo e pedindo
piedade, que eu não faça nada com ela, obviamente não vou fazer nada com ela,
ela é só mais uma mulherzinha suja, uma prostituta de esquina que se deu mal e
acabou sendo estuprada em um beco por três bandidinhos que adoram a emoção de
subjugar alguém mais fraco. Para o azar deles eu também adoro essa emoção.
Volto minha atenção ao desgraçado que desmaiou ao primeiro soco nuca, viro o
seu corpo, sem reação, será que ele está realmente desmaiado? Só há um jeito de
saber... piso em seu nariz, ele urra de dor, em ele achou que se fingindo de
desmaiado escaparia da minha ira, estava enganado, eu o ergo pelos ombros do
casaco, ele está totalmente apavorado, sinto um cheiro horroroso, ele se mijou
e cagou, ele é repelente, mas não vai escapar assim tão fácil, dou uns coques
nele, nada demais, só o suficiente pra deixá-lo marcadinho, não tem graça bater
em alguém tão frouxo assim.
Sinto algo contra a minha nuca, parece que o segundo bandido não foi
nocauteado, sangrando ele tentou bater em mim com um pedaço de madeira que ele
tirou da lixeira ao lado. Azar o dele, sorte a minha, vou poder saciar um pouco
mais a minha sede. Quebro o pedaço de madeira que ele estava segurando com um
soco, ele se apavora, é delicioso, chuto o seu estômago, ele começa a cair, dou
uns soquinhos no rosto dele, o sangue começa a jorrar deliciosamente, como se
fosse o sêmen escorrendo para coroar o final desse lindo ato de amor profano
com a noite. A prostituta me olha apavorada e incrédula em sua própria sorte,
eu gosto, adoro que me olhem, quanto mais inferior melhor, vejam minha glória
reluzente seres inferiores, vermes imundos! Ah, eu estou satisfeito! Por
enquanto.
Não sou homem de me contentar com apenas uma, preciso de mais, muito
mais. Estupradores são muito fáceis de lidar, quero algo mais arriscado, ainda não
vou conseguir dormir, se tivesse que definir o que aconteceu essa noite como
sexo seria uma rapidinha. Preciso de mais, definitivamente muito mais!
Dirijo o carro pela cidade, como um louco, desrespeitando todos os
limites de velocidade impostos pela lei, eu não dou a mínima! A lei foi feita
para controlar os vermes, eu sou superior a todos eles, a lei não se aplica a
mim. Olho...
Perfeito, um casal de classe média sendo assaltado por dois bandidos
armados, Isso desperta memórias antigas em mim, não poderia ser mais perfeito. Esses
bandidos não são tão amadores, eles notam o carro e abrem fogo contra ele,
idiotas!! Não adianta atirar, o carro é totalmente à prova de balas e com
arminhas furrecas como as que eles possuem jamais vão conseguir arranhar o meu
carro, quanto mais me ferir...
Pisco o farol, eles começam a se assustar, faço o carro roncar, me
afasto um pouco e ameaço atropelá-los, eles fazem as vítimas do assalto de refém.
Ah, sinto um frio na barriga, é delicioso sentir alguma coisa, qualquer coisa!
Os bandidos têm suas armas apontadas, cada um contra a cabeça de alguém
do casal, eles não agüentam, a mulher cai de joelhos, eles se distraem, eu abro
a porta do carro e uso meu atirador de ganchos para escalar prédios nos dois,
minha mira é perfeita os dois estão desarmados agora, a deliciosa violência
começa.
O casal sem reação cai no chão, seu instinto os fez congelar, os
bandidos são meu, uma ménage a trois com dois vouyers para me ver em ação,
adoro me exibir, assim começa minha dança sensual com meus dois parceiros,
socos, tapas, delicioso. Eles são durões, agüentam os golpes dados com minha
reforçada e coberta de metal, se fosse rápido demais não teria graça, sou um
homem que gosta de fazer as coisas devagar, à sua própria maneira. É delicioso,
bato bastante no tórax e nas pernas dos dois, não quero que acabe muito
depressa, quero apreciar cada momento, mas não posso demorar demais, a polícia
nunca tem patrulhas em número suficiente, mas uma hora ela sempre chega, os
vizinhos que espiam do alto, das janelas dos prédios percebem o que acontece. Acredito
que eles amam o que vêem, isso me excita, sinto a ereção, forte, imperdoável, a
ereção contra a armadura de metal, ereção dolorosa e deliciosa, meu pênis
pulsando contra o metal, a glande esfolando contra o revestimento fino de pano
delicado que reveste a parte interna da armadura de metal. A ideia de que alguém
que eu não sei quem é, alguém deliciosamente inferior está apreciando a
performance de um deus, do deus da violência, de Marte reencarnado em todo o
seu vigor e poder.
Acabo com os dois, o casal está aterrorizado. Eles me olham com o pavor
de quem imagina que será o próximo, eu viro de costas, o homem se levanta sem
jeito e berra um agradecimento covarde, eu faço um gesto com a mão que quer
dizer deixe isso pra lá, eu não estava ali por causa deles, eles são apenas um
acidente, uma desculpa, estou ali para dançar com a noite nessa dança erótica,
arriscada e sensual que culmina com o jorro do sangue do bandido que coincide com
o jorro do meu esperma, sinto o esperma melando minha pele contra metal e o revestimento de pano delicado.
Me dirijo lentamente ao carro, o campeão depois de derrotar os
gladiadores na arena, vejo que tem alguém me observando do outro lado da rua, é
um garoto, nossos olhos se encontram, ele não demonstra medo nenhum, só um
pouco de curiosidade, seus olhos são inquisidores.
Ele é obviamente um prostituto, vejo que o carro que o deixou na calçada
partindo, não sou do tipo que persegue usuários de prostituição, apesar desse garoto
ser obviamente menor, pela lei é crime, mas só de olhar esses olhos de relance sei
que ele não é nenhum virgem, não é nenhum inocente desvirginado pela violência
das ruas, ele está ali porque quer, ele ganha seu sustento na noite e aprecia o
modo como faz isso.
Ele consegue encarar meu olhar sem piscar, está vestido obviamente como
um prostituto, calças jeans extremamente justas, reveladoras, posso ver o
contorno do seu sexo contra o jeans, suas pernas definidas marcando contra o
jeans extremamente colante, posso apostar que ele tem uma bunda redonda e extremamente
apetitosa apesar dele estar de frente, desejo que ele vire de costas para que
eu possa apreciar sua bunda! Ele não vira, ele me encara. Ele usa uma camiseta
justa, reveladora, não há mangas, posso ver um dos seus mamilos, a camiseta não
cobre seu mamilo direito e posso ver que ele tem um jeans, minha boca saliva,
eu sinto desejo, meu pênis endurece outra vez, mesmo tendo ejaculado há menos
de um minuto, ele percebe que eu o desejo, ele me olha de forma inquiridora e
até mesmo meio condescendente. Ele sente o meu desejo e puxa algo de um dos
seus bolsos, como ele consegue guardar algo dentro dos bolsos? Ele desembrulha
um pirulito e começa a chupar provocadoramente, eu não agüento mais, mas não
posso fazer o que realmente quero. Entro dentro do carro e fecho as portas, ele
fica encostado contra a parede onde esteve desde o primeiro momento em que o
vi, continua chupando o pirulito provocadoramente, com a outra mão alisa o
volume do seu pacote por cima do jeans, ele não pode me ver através dos vidros
enfumaçados, mas obviamente ele percebe meu olhar, meu olha fura o vidro
atravessando qualquer coisa em seu caminho até meu objeto de desejo. Meu desejo
não passa, mas eu só posso ir embora, ligo o carro e parto para a segurança da
minha caverna.
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