segunda-feira, 30 de maio de 2011

Farrapo Humano


  Farrapo Humano é um daqueles filmes que quando você olha a capa na seção de dvds já dá pra saber que aquilo é épico, quando eu coloquei o filme no dvd acho que em menos de 2 minutos já deu pra perceber que aquele seria um ótimo filme que me deixaria fascinado por um bom tempo.

  Farrapo Humano é um filme americano de 1945 dirigido por Billy Wilder (Sabrina, Quanto mais quente melhor) e escrito por ele e Charles Brackett, o filme ganhou os prêmios de: Melhor filme, Melhor diretor (Billy Wilder), Melhor ator (Ray Milland) e Melhor roteiro adaptado (Charles Brackett e Billy Wilder) da Academia do Oscar. O filme ganhou também A Palma de Ouro do Festival de Cannes e Ray Milland também foi o primeiro ator a ganhar o Prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes, também ganhou o Globo de Ouro nas categorias: Filme Dramático, Diretor e Ator Dramático.

  A história gira em torno do alcoólatra Don Birnam, ele é um homem na casa dos trinta, mas leva uma via patética ao invés de ter um emprego. Don é um escritor fracassado sustentado pelo irmão caçula e o filme começa quando ele e o irmão estão prestes a realizar uma pequena viagem de fim de semana, mas é lógico que o vício fala mais alto e a maior preocupação de Don é como ele vai contrabandear uma garrafa até o tal sítio. Depois de muita enrolação e acusações (todo alcoólatra deveria ganhar um Oscar, não é mesmo?) ele faz o irmão e a namorada saírem de casa para poder ter tempo de preparar. O que ele não esperava é que ele encontraria o dinheiro da faxineira quando a coitada fosse receber o pagamento. A partir daí em poucas horas Don consegue se afundar até a viela mais imunda. Don é uma pessoa que vive com um único objetivo, o próximo gole.
  Se no filme Don furta, rouba, assalta e até tenta empenhar sua máquina de escrever para sustentar o vício. Eu não duvido muito que haja milhões de pessoas que fazem o mesmo. O vício leva Don a situações vergonhosas horríveis, o filme é bem cru mostra a vida na sarjeta, não fantasia em nada, mostra o alcoolismo como uma doença séria. Ver um filmes desses faz com que eu me sinta mal vendo os filmes que levam o prêmio de Oscar de Melhor Filme (Discuros do Rei, Guerra ao Terror...) hoje em dia se comparo com os filmes que ganhavam o prêmio no passado.

  Outra coisa que me preocupa é ver apenas filmes que tratem de drogas ilícitas atualmente no cinema, ninguém mais fala de álcool, do potencial que o álcool tem para destruir uma vida quando as pessoas que têm sua vida destruída pelo álcool são até mais comuns que as que têm suas vidas destruídas pelas drogas ilícitas. Pode até ser que haja filmes pequenos sobre o álcool, mas não se toca mais no assunto de forma profunda. Eu não bebo, minha família não bebe, mas eu devo conhecer pelo menos umas 10 pessoas que são verdadeiras esponjas e têm a vida prejudicada pelo vício em álcool (duas delas eu conheci no meu trabalho atual).