quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Yoü & I - Uma visão

  Yoü & I é a nova música de trabalho da talentosíssima Stefani Joanne Angelina Germanotta, mais conhecida como Lady Gaga. Lady Gaga é a minha paixão musical atual, gosto de acompanhar a evolução na carreira musical da Mother Monster e além do Born this Way ser meu CD favorito Yoü & I é uma balada lindíssima, uma das minhas faixas favoritas do CD.
  Confesso que ainda não comprei o CD, então quando eu baixei o CD acabei baixando a versão live de Yoü & I que eu tinha certeza ser a oficial até umas duas semanas atrás (risos). Ainda prefiro a versão Voz e Piano (tenho que dizer: VOZ E PIANO owna voz e violão, ponto final).

  Para entender perfeitamente Yoü & I é preciso conhecer a história do romance dela com Luc Carl, o grande amor da sua vida (até agora, ela só tem 25 anos...), basicamente os dois eram namorados antes da fama e Gaga o abandonou para se dedicar à carreira musical (alguém acha que ela cometeu um erro?), as músicas da Gaga são cheias de referências a esse romance, por exemplo:

"Let's play a love game
Play a love game
Do you want love?

Or you want fame?"

Ela deixou bem claro o que quer de verdade, não? Pois bem, Gaga preferiu a fama ao amor e conseguiu chegar ao topo das paradas e ser a artista mais popular de 2009, mas ela não se contentaria em ser só famosa, ela queria tudo, então ela foi atrás e comprou o Luc Carl pra ela. Pra que ser apenas famosa se você pode ser famosa e ter o grande amor da sua vida ao seu lado?

Então ela escreveu Yoü & I que basicamente fala sobre o relacionamento dos dois e que agora que ela o tem de volta não o deixará escapar de novo. Bem fofo, né? Espero que os dois estejam muito felizes juntos.

A música fala sobre os dois estarem distantes há muito tempo, que dessa vez ela não vai sair sem ele, que ela sofreu com a distância entre eles, que ela não conseguia rir por causa da distância entre eles etc. O vídeo basicamente é sobre a tortura de estar longe de quem se ama, aprender a amar a si mesmo pra poder recuperar a pessoa amada e "ser feliz pra sempre".

Video x Música:

  O vídeo começa com uma pessoa de luto andando em uma estrada, ela arranca o mato de sua sandália (de salto gigantesco), isso mostra o quanto ela andou pra chegar até ali (de New York até Nebraska). AO mesmo tempo vemos flashes de um casamento feliz, flashes de uma sala de tortura (ou sala de cirurgia, como preferirem). Voltando à pessoa enlutada vemos que é a Gaga que está andando há dias com os pés feridos e sendo torturada por um sorveteiro cruel (ela deve estar morrendo de fome e calor e ele a provoca com um sorvete refrescante), novos flashes de um aquário, de uma câmara de tortura, de um casamento, um rabo de sereia... tudo está se passando ao mesmo tempo, esse não é um clipe exatamente linear.

Gaga canta: "It's been a long time since around/ Been a long time but I'm back in town/ And this time I'm not leaving without you" com a roupa do luto, ela está em luto pelo seu amor até então perdido e como diz o verso da canção ela veio de New York até Nebraska e não vai partir sem ele. Dá pra perceber que essa Gaga que canta é um ciborgue, um construto (alguma semelhança com a Lady Gaga que é uma construção em cima da Stefanni Germanotta?).

Começa o trecho "He said: Sit Back Down where you belong/ In the corner of my bar with your high heels on..." Esse trecho é uma memória do passado dela, assim como a cena do vídeo, ele mostra duas Gagas, dois pedaços dela em conflito, o Jo Calderone (lado masculino, ativo e rebelde, bebendo cerveja e fumando, em suma: yang) e a Stefanni, muito feminina e delicada (yin, passiva, comportada, tocando piano, o que talvez mostre submissão aos pais) sozinhos no meio de um milharal em Nebraska, a clareira onde eles estão me lembra daquelas marcas deixadas por discos-voadores (estou viajando muito?).

Começa a cantar "It's been two years since I let you go, I couldn't listen to a joke or a rock'n roll" e o que vemos é um festival de tortura, estar longe de quem se ama é uma tortura, não é  mesmo? Temos uma dancinha inútil que destoa completamente da história do vídeo e da música, mas as dancinhas têm que estar presentes, não é mesmo? Afinal os fãs necessitam de uma coreografia nova pra cada música (~_~U).

De repente o momento que todos esperavam: Yuyi aparece, a famosa sereia que todos aguardavam ansiosos... a impressão que eu tive é que ela é meio grotesca com esse couro que mais me lembra o couro de um crocodilo do que a pele delicada de um peixe de escama, também não gostei do cabelo curto, muito longe do padrão de sereias de cabelos compridos e esvoaçantes (mas afinal ela está na água, não tem como ser esvoaçante mesmo), confesso que amei de paixão as guelras, um detalhe que me deixou fascinado.

Começa a cantar Yoü & I, Yoü & I e todas as Gagas aparecem para celebrar o amor deles, dessa vez vemos um cadáver e percebemos que a noiva é um zumbi. Pausa dramática: GAGA CORRE COM OS SALTOS!! COMO ELA FAZ ISSO?!?! WTFH?! /Fim da pausa dramática.
 Há um cadáver dentro do aquário, a sereia está toda feliz em, uma banheira, Gaga e Nebraska fazendo amor, Nebraska admirando o cadáver da Gaga no aquário...

Trecho "Somethin', somethin' about the chase (6 whole years)/ I'm a New York woman born to run you down/ Still want my lipstick all over your face/ There's somethin' somenthin about knowing when it's right/ So put your drinks up for Nebraska, Nebraska I love ya" Nesse trecho Gaga aprende a amar a si mesma (simbolizado pelo beijo-união entre yiin e yang, Stefani e Jo Calderone) e admite que o ama, e é o ápice do clipe, nesse momento Nebraska coloca o anel de casamento no dedo da noiva-cadáver.

A música se encerra repetindo o primeiro verso com a Gaga-ciborgue cantando no meio da estrada e com a Yuyi e o Nebraska felizes abraçados depois de fazer amor.

  O que significa cada personagem? Como já explicado Stefani + Jo Calderone simbolizam uma Gaga insatisfeita consigo mesma, incapaz de amar alguém de verdade, só quando os dois entram em harmonia ela consegue admitir o amor que sente e ser feliz de verdade.

Quando a Gaga diz:
You will never find what you are looking for in love, if you don't love yourself.
Você jamais achará o que procura no amor se não amar a si mesmo.

Love is a Result. We bare an Unbearable Human Inability: to just 'be.'
Amor é um resultado. Nós carregamos uma insuportável capacidade humana: simplesmente 'ser'.

O que isso significa? Que devemos nos amar incondicionalmente, que se não houver amor próprio não há como como amar a outros, ou seja, a pura verdade. Ela precisou aprender a amar a si mesma para amar de verdade, amor sem amor próprio é doença, é tortura, é querer enxergar apenas aquilo que queremos ver. Talvez seja por isso que o Nebraska a tortura tanto no vídeo, afinal ele não está representando o amor da Gaga nesse momento, ele representa as ilusões que ela tinha sobre o amor, um amor impossível que existe apenas na cabeça dela, não era amor, era doença.

Gaga morre? Sim, morre, mas morte não significa apenas morrer, simboliza transformação. A transformação aqui é profunda já que Nebraska (o amor) pega o cadáver de sua amada, o coloca em um aquário e a ressuscita como o Frankenstein.

A Gaga-ciborgue representa a Lady Gaga, Stefani Germanotta transformada pelo amor, um ciborgue em tese seria um ser humano com partes mecânicas, em teoria um ser humano melhorado (pelo amor). Eu já disse que ela está linda de ciborgue?

Yuyi é outro simbolismo para Lady Gaga, a transformação da Stefani Germanotta, Yuyi é a Stefani que se aceita como diferente, se ama e por isso é capaz de amar de verdade aquele que ama (Nebraska).

Significado do vídeo:

O amor transforma aqueles que amam, o amor nos faz pessoas melhores, estar longe de quem se ama é uma tortura, só conseguimos amar outras pessoas depois de amarmos a nós mesmos como somos, ninguém ama e  sai ileso, o amor nos transforma em algo melhor, amor sem amar a nós mesmos é apenas tortura e ilusão.

domingo, 31 de julho de 2011

Inception (A Origem) - Impressões



  Terminei de ver o filme, fiquei bem wowed, a tensão era tamanha que fiquei segurando pra não ir ao banheiro fazer xixi por mais de 30 minutos. Estranho começar qualquer coisa desse jeito, mas é assim mesmo que eu quero, é essa a sensação que o filme passa, você não pode desgrudar os olhos da tela por um segundo sequer com medo de perder uma sequência ou sair e perder o fio da meada.

  Aluguei Inception por ser um dos poucos filmes indicados ao Oscar de melhor filme da temporada passada que ainda não tinha visto. E que filme!! Puxa... E nem falo de roteiro, o filme tem várias sacadas geniais, mas o roteiro é fraco, tem vários furos, é baseado na ciência nos momentos em que precisa, nos momentos em que não precisa a ciência é descartada (nada de errado nisso, a obra final é sempre mais importante e eu acredito que os autores devem fazer uso dos recursos que quiserem e na hora em que quiserem se o resultado final for bom).

  Me sinto espantado novamente por "O Discurso do Rei" ter ganhado o Oscar de melhor filme, blábláblá, "O Discurso do Rei" fala sobre a necessidade universal do homem em se comunicar e outros mimimis, mas mesmo assim todos os outros concorrentes são melhores que "O Discurso do Rei". IMO que vença o melhor, não o com o tema mais adequado (e eu tenho sérias dúvidas a respeito dessa afirmação).

  Não vou resumir Inception, qualquer um pode resumir o filme. O importante é saber que o filme acima de tudo toca em um dos pontos mais delicados dos dias atuais: REALIDADE!! E, o que diabos é realidade? O dicionário Aurélio poderia te dar uma boa definição, mas eu sugiro que você pegue essa resposta e jogue no lixo. Ninguém mais sabe o que é realidade. Ninguém. NINGUÉM!!

  Uma frase que eu gostava muito de usar era: Não é por ser virtual que passa a ser menos real (para me referir a amigos online, cujas amizades me parecem por vezes muito mais sólidas que aquelas com pessoas que lido fisicamente). E eu acho que esse é um bom ponto de começo para essa reflexão.

  Antigamente os pais se preocupavam se os filhos não passavam muito tempo na frente da televisão, se eles não estariam deixando de viver a vida de verdade para vegetar em frente a uma televisão.  Eu como leitor voraz que durante a adolescência costumava devorar 60 livros por ano não posso deixar de admitir que leitura também é um vício e válvula de escape, mas livros são glamurizados, todos os livros são benéficos? Todos trazem apenas pontos positivos para nossas vidas? NÃO!! Livros são overrated, em excesso eles podem trazer tanto mal quanto internet, televisão, drogas ou qualquer válvula de escape. Lógico que eu não diria isso para um imbecil que nunca leu um livro inteiro na vida, mas é uma realidade que poucas pessoas admitem. E isso nos traz de volta ao nosso tema: Inception.

  Inception fala sobre usar os sonhos para manipular a mente dos outros, mas principalmente questiona o conceito de realidade. Como já disse antes, a ideia daquilo que é real está muito fragilizada nos dias atuais, é meio difícil dizer com certeza que essa vida que levamos (ou que achamos que levamos) é a realidade absoluta que e sonhos são apenas peidos da mente. Com o avanço da ciência a principal questão do homem sem margem alguma de dúvida passou a ser definir aquilo que é real de verdade, se aquilo que se toma como realidade é válido de verdade, se não é melhor viver plenamente uma fantasia do que amargar uma realidade dolorosa. 

  Obras como Evangelion (lindamente), Matrix (porca e superficialmente, afinal, os efeitos especiais e tiros desenfreados são mais importantes!!), Os Invisíveis (nunca li tudo, mas sem dúvida é das obras que trata o tema com maior respeito e profundidade), xxxHOLiC (mangá que começa sério e infelizmente se perde nos devaneios das autoras), Astral Project, Os Livros da Magia (a série) e sem sombra de dúvida muitas outras que não estou lembrando agora tratam do tema, Inception é mais uma delas.

  Inception é um bom filme, ele me tirou da minha zona de conforto e me colocou pra pensar sobre esse assunto tão interessante que aflige a geração adulta atual (uma vez que os adolescentes atuais não se preocupam mais com isso, preferem viver do melhor jeito possível sem se preocupar se é real ou não, basta curtir e aproveitar o momento, o resto que se foda, perguntas e respostas que fiquem para quem se dispuser a procurá-las), tenho que admitir que não acho Inception o melhor filme da safra, mas é o melhor tema abordado sem sombra de dúvida, mas infelizmente é um diamante em estado bruto que deveria ter sido mais trabalhado antes de ser lançado. O filme todo foi muito bem produzido, elenco em sincronia, câmera perfeita, efeitos especiais lindos (um pouco falsos, admito), mas o roteiro e a estrutura do filme poderiam ter sido melhor trabalhados, a sensação é de que ficou faltando alguma coisa, parece a sombra de algo que poderia ter sido bem maior. Ah, o final, o final foi simplesmente perfeito, um mindfuck belíssimo pra deixar muita gente sem dormir.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Farrapo Humano


  Farrapo Humano é um daqueles filmes que quando você olha a capa na seção de dvds já dá pra saber que aquilo é épico, quando eu coloquei o filme no dvd acho que em menos de 2 minutos já deu pra perceber que aquele seria um ótimo filme que me deixaria fascinado por um bom tempo.

  Farrapo Humano é um filme americano de 1945 dirigido por Billy Wilder (Sabrina, Quanto mais quente melhor) e escrito por ele e Charles Brackett, o filme ganhou os prêmios de: Melhor filme, Melhor diretor (Billy Wilder), Melhor ator (Ray Milland) e Melhor roteiro adaptado (Charles Brackett e Billy Wilder) da Academia do Oscar. O filme ganhou também A Palma de Ouro do Festival de Cannes e Ray Milland também foi o primeiro ator a ganhar o Prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes, também ganhou o Globo de Ouro nas categorias: Filme Dramático, Diretor e Ator Dramático.

  A história gira em torno do alcoólatra Don Birnam, ele é um homem na casa dos trinta, mas leva uma via patética ao invés de ter um emprego. Don é um escritor fracassado sustentado pelo irmão caçula e o filme começa quando ele e o irmão estão prestes a realizar uma pequena viagem de fim de semana, mas é lógico que o vício fala mais alto e a maior preocupação de Don é como ele vai contrabandear uma garrafa até o tal sítio. Depois de muita enrolação e acusações (todo alcoólatra deveria ganhar um Oscar, não é mesmo?) ele faz o irmão e a namorada saírem de casa para poder ter tempo de preparar. O que ele não esperava é que ele encontraria o dinheiro da faxineira quando a coitada fosse receber o pagamento. A partir daí em poucas horas Don consegue se afundar até a viela mais imunda. Don é uma pessoa que vive com um único objetivo, o próximo gole.
  Se no filme Don furta, rouba, assalta e até tenta empenhar sua máquina de escrever para sustentar o vício. Eu não duvido muito que haja milhões de pessoas que fazem o mesmo. O vício leva Don a situações vergonhosas horríveis, o filme é bem cru mostra a vida na sarjeta, não fantasia em nada, mostra o alcoolismo como uma doença séria. Ver um filmes desses faz com que eu me sinta mal vendo os filmes que levam o prêmio de Oscar de Melhor Filme (Discuros do Rei, Guerra ao Terror...) hoje em dia se comparo com os filmes que ganhavam o prêmio no passado.

  Outra coisa que me preocupa é ver apenas filmes que tratem de drogas ilícitas atualmente no cinema, ninguém mais fala de álcool, do potencial que o álcool tem para destruir uma vida quando as pessoas que têm sua vida destruída pelo álcool são até mais comuns que as que têm suas vidas destruídas pelas drogas ilícitas. Pode até ser que haja filmes pequenos sobre o álcool, mas não se toca mais no assunto de forma profunda. Eu não bebo, minha família não bebe, mas eu devo conhecer pelo menos umas 10 pessoas que são verdadeiras esponjas e têm a vida prejudicada pelo vício em álcool (duas delas eu conheci no meu trabalho atual).